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O gentil-homem e a corte – são estes os grande protagonistas de Il libro del cortegiano, O Livro do Cortesão, de 1528, geralmente designado como Il cortegiano. Ao colocá-los no seu cerne, Baldassarre Castiglione plasma uma das mais significativas e refinadas realidades do Renascimento italiano. E fá-lo em termos tão inovadores que a obra logo adquire uma projeção modelar vivaz, profunda e duradoura, que a eleva a clássico da literatura europeia.
Os pincéis com que Castiglione desenha essa grande tela e as tonalidades que lhe empresta animam uma obra que se concentra, fundamentalmente, no comportamento societário do gentil-homem. A sociedade em que vive é a sociedade de corte, numa simbiose que integra todos os momentos do desempenho do gentil-homem. Por conseguinte, o objetivo de traçar o retrato do «perfeito cortesão» funde-se, no seu âmago, com a apresentação do modelo de comportamento que melhor se adeque ao seu estatuto.
Ao explicitá-lo, logo no início do livro, Castiglione expõe claramente a conceção de cortesania como forma, «a forma de cortesania», em termos que assim são limpidamente transpostos para a língua portuguesa por Jorge Vaz de Carvalho.
O retumbante êxito de Il libro del cortegiano foi imediato, projetando a obra como vade mecum de cortesãos, damas de palácio ou aspirantes a cortesãos de toda a Europa. Para isso muito teria contribuído a sua dupla valência, como gramática e como manual. O livro é escrito em diálogo e a interação discursiva é posta ao serviço do debate em torno do retrato do «perfeito cortesão», tirando partido da combinação entre teoria e prática, entre debate de ideias e desempenho vivencial.
[…] Num gesto tão arguto como engenhoso, Baldassare Castiglione edificou a sua obra-prima naquele espaço dialético que liga um modelo teórico a uma prática de comportamento, de modo a regular e assegurar a elegância e a adequação do desempenho social do cortesão. Cruza aqueles dois tipos de cultura que Iurij Lotman designa como culturas gramaticalizadas e culturas textualizadas.
(Da introdução de Rita Marnoto)
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