Bergson (1859-1941) ousou hastear a bandeira da metafísica, talvez pela última vez, em meio aos fenômenos que a ciência era incapaz de esclarecer, como a interação corpo/mente, a memória ou as causas da variação genética. Onde os filósofos tinham feito do tempo uma degradação da eternidade ou uma forma da nossa sensibilidade, Bergson localiza-o como princípio absoluto do método filosófico, fazendo da intuição um "pensamento em duração". No entanto, a contribuição bergsoniana não termina aqui. A sua insólita concepção diferenciadora do tempo faz dele um referente absoluto da filosofia continental da segunda metade do século XX, que não deixou de retomar questões, como a superação da condição humana e da dualidade sujeito/objeto, que Bergson abordou de forma clássica. Nele, o velho espiritualismo francês, herdeiro da sutileza de Pascal, e vigorizado com a força do romanticismo alemão, sacode a preguiça e mergulha plenamente no estudo da ciência a fim de arrebatar as suas armas ao inimigo positivista, que ameaçava reduzir a consciência a um mero adorno cerebral.
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