Glória Alhinho - A folha clara

O livro de estreia de Glória Alhinho enquanto poeta apresenta um conjunto de seis pequenos livros (pietà; geometria e o mar em três actos; superfícies; o feroz movimento da terra; les yeux du cinéma et autres regards clairs; poesia em viagem) que, nas palavras de José Anjos, constituem um “todo[,] não apenas antológico mas também ontológico. Esta abordagem vinda de diferentes pontos de partida no olhar cria um cerco ao leitor (por fora e por dentro), dando-lhe, porém, várias saídas (ou portas de entrada) para lugares que antes desconhecia”. O acesso a esses lugares desconhecidos dá-se através de uma viagem que se quer pessoal, naquilo que de radicalmente pessoal existe na experiência da leitura. Remetendo para Pedro Eiras, em prefácio a esta obra, “o que nasce sob a lei do jogo permanece sempre marcado pelo risco: e por isso podes ler, leitor, leitora, estas páginas fora da ordem, os cadernos na liberdade do acaso ou do desejo”.