Edmundo de Bettencourt nasceu no Funchal há cem anos. Apesar de nos ter deixado uma obra poética escassa, foi importantíssima a sua actividade cultural. Bettencourt foi um dos fundadores da revista presença a que deu nome e que posteriormente abandonaria com Torga e Branquinho da Fonseca. Paralelamente foi com o guitarrista Artur Paredes um dos principais subvertores do tradicional fado de Coimbra. Graças a eles, o fado de Coimbra, incorporando elementos da canção popular tradicional, evoluiria para a balada que teria posteriormente expressão maior na voz de José Afonso. Depois de abandonar Coimbra, Edmundo de Bettencourt vive definitivamente em Lisboa continuando a publicar irregularmente os seus poemas. Em 1963 publicou na Portugália Editora a sua obra completa. Herberto Helder escreve então um prefácio polémico e histórico pela original leitura da poesia portuguesa. Reconhece-se na poesia de Bettencourt originalidade imagética e mesmo pré-surrealista. Mas nem por isso Edmundo de Bettencourt ganhou o prestígio do areópago local. Ao comemorar os 100 anos do autor de Poemas Surdos, pretende-se revisitar a sua obra na maioria esgotada há décadas. Assim, a Assírio & Alvim apresenta a nova edição da sua obra ainda com a introdução actualizada de Herberto Helder.
This product has run out of stock. You may send us an inquiry about it.
This product is currently unavailable. You may send us an inquiry about it.