Telo Ferreira Canhão - Textos da literatura egípcia do império médio

25,00€
Telo Ferreira Canhão - Textos da literatura egípcia do império médio

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Antecedendo cada texto, dispõe o leitor de pequenos capítulos onde se enumeram as suas fontes com uma sinopse do respetivo texto, permitindo assim uma melhor apreensão da matéria correspondente a cada um dos quatro blocos, para os quais o autor buscou uma certa harmonia entre aspectos temáticos e cronológicos, tendo embora em conta que há uma certa ambiguidade na datação de alguns desses textos, variando as opções de autor para autor.

No género dos contos podemos aqui fruir com sumo agrado a leitura de clássicos bem conhecidos: Khufu e os Magos, de proveniência cortesã e com vários contos que sobreviveram de um conjunto maior (entre os quais «O passeio náutico»), a História de Sinuhe, mostrando a superioridade do homem culto e que airosamente se vai saindo dos percalços da alteridade no seu exílio da Síria-Palestina, o Conto do Náufrago, patenteando nos versos, onde se deteta o tom sapiencial, as insuperáveis vantagens de uma boa retórica experimentada numa distante e luxuriante ilha, e o Conto do Camponês Eloquente, com os injustos doestas de um funcionário venal a serem superados pelos valores da justiça.

O autor achou por bem inserir no género dos discursos quatro textos que são amiúde mencionados por quem habitualmente trata da literatura egípcia: As Admoestações de Ipu-uer, com o autor egípcio a proclamar que a solução para os momentos de caos será a restauração da ordem no país, o Diálogo de um Desesperado com o seu Ba, debatendo prementes questões como a vida e a morte e a existência no Além, As Profecias de Neferti, como que a legitimar a tomada do poder pelo vizir Amenemhat (Ameni, vindo do Sul) e a exaltar o funcionalismo leal, e As Lamentações de Khakheperréseneb, tecendo-se em envolventes jogos de palavras que, tal como noutros textos da época, evidenciam o valor da retórica. O género das instruções, ou melhor, instruções para saber bem viver, que já remontava ao Império Antigo, está aqui bem documentado com a Instrução de Amenemhat ao seu filho Senuseret (que vem na senda de um texto anterior datado do Primeiro Período Intermediário e designado Instrução para Merikaré, nome de um rei da X dinastia), a Instrução Lealista com a Estela de Sehetepibré, que é incontornável como precípuo modelo que se insere num grupo de instruções lealistas para com o monarca beneficente, e a Instrução de Kheti, fazendo uma viva apologia do exercício da profissão de escriba contrapondo-a às outras atividades, tidas como desaconselháveis pela sua penosidade.

Quanto aos hinos, entre os vários que chegaram até nós datados do Império Médio, o autor considerou útil escolher um exemplo deveras significativo, que é bem paradigmático do género: Hinos ao rei Senuseret III. Este grande soberano da XII dinastia é enaltecido como um campeão invencível na guerra contra os inimigos do Egipto e como um paternal e generoso protetor das Duas Terras e das suas gentes.

(Do prefácio de Luís Manuel Araújo)

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