Como se sabe, fui músico na adolescência - cheguei a compor um Poema Sinfónico que foi executado por uma grande orquestra de Lisboa - e nunca perdi o gosto apaixonado de ouvir música. Mas, desde que abandonei os meus sonhos de compositor, comecei a frequentar os concertos como poeta apenas, o Poeta Militante que reage às peças musicais com poemas que nada, ou pouco, têm a ver com a música executada. Em Poesia IV considero as salas de concertos como laboratórios onde construo "enredos" e antimúsica, enquanto olho para o colo da vizinha do camarote em frente e sinto o perfume da rapariga do lado.Lisboa, 18 de Setembro de 1970In, Dias Comuns IX, "Derrota Pairante"
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