Pedro Medeiros - Voz do Silêncio. Prisões políticas portuguesas

6,50€ 10,00€
Pedro Medeiros - Voz do Silêncio. Prisões políticas portuguesas

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"Um dos aspectos mais trágicos da história do Estado Novo é o medo da liberdade e a perseguição feroz e sistemática movida a quantos ousaram lutar por ela. A prisão era, naturalmente, o elo final da brutal cadeia de mecanismos do aparelho repressivo da ditadura.


Prender os opositores é ao mesmo tempo um acto de prepotência e uma clamorosa confissão de fraqueza. Por isso o confronto entre a vítima e o carrasco é o encontro fatal entre a fraqueza dos fortes e a força dos fracos. A desproporção desse encontro era agravada pelo silêncio que o poder impunha e cinicamente manipulava. Aprendiz de Maquiavel, Salazar proclamava que “em política o que parece é”. Na construção da imagem que de si e do seu regime tentou impor, a PVDE – Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (1933 - 1945), mais tarde PIDE – Polícia Internacional e de Defesa do Estado (1945 - 1969) e finalmente DGS – Direcção Geral de Segurança (1969 - 1974), eram vulgares instituições ao serviço da ordem e do bem comum, justificadas pela tarefa desagradável mas necessária de usar da violência e do medo contra os defensores da Democracia, concebida como “balbúrdia sanguinolenta”. A eficácia desta política do silêncio e da invisibilidade não terminou com a liquidação da ditadura em 25 de Abril de 1974. “Impensado” enquanto presente, durante os 48 anos da sua real e concreta existência, o fascismo passou a “impensável” enquanto passado, para um povo com uma proverbial dificuldade em inscrever na sua história os episódios mais sombrios.
O FASCISMO NUNCA EXISTIU. A provocante e paradoxal afirmação de Eduardo Lourenço não é uma libertadora miragem, mas uma acabrunhante e crua realidade. Denunciam-na as vozes silenciadas dos que lhe conheceram a sua face mais repulsiva nas Prisões Políticas da Cadeia do Aljube (1933/5/6 - 1966), do Forte de Peniche (1934 - 1974), da Colónia Penal de Cabo Verde, no Tarrafal, denominado pelos próprios Presos Políticos como “Campo da Morte Lenta” (1936 - 1954) e dos Redutos Norte e Sul do Forte de Caxias (1936/7 – 1974)." - in Introdução

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